Na sequência de homenagens que estamos a prestar a pessoas que, pelo seu contributo foram muito importantes, destaco hoje uma personalidade ímpar, a Senhora Dona Maria Luísa Ruas.
Natural da Gesteira do concelho de Soure fundou, na década de 30 do século passado, nessa localidade o Patronato Nossa Senhora da Conceição. Instituição que recolhia crianças desfavorecidas, em regime de Internato, dando-lhe o carinho maternal e preparando-as para a vida.
A fundadora, iniciou a sua obra com 6 crianças, vindas de vários locais, auxiliando-as na educação e assegurando-lhes alojamento e alimentação, protegendo-as, deste modo, do abandono e rudeza decorrentes da sua condição de pobreza. O Patronato acolhia crianças carenciadas de todas as idades, com preferência as órfãs ou abandonadas. A todos devolveu dignidade. Nunca casou mas foi mãe/protectora de inúmeras crianças que viram nela uma referência e um exemplo a seguir. As crianças eram também integradas na sociedade da aldeia frequentando a escola primária e a catequese. Abdicou da sua condição social privilegiada, sabendo sempre ser humilde na sua condição humana.
A D. Maria Luísa doou ao Patronato todo o seu património pessoal e era também ajudada pela comunidade. A dedicação que esta Senhora dava a esta causa era total. Dormia no Patronato junto das crianças, comia à mesa com elas. Duma profunda religiosidade, abraçou esta obra como se de uma missão se tratasse.
HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO
A Fundação Maria Luísa Ruas, primeiramente designada por Patronato Nossa Senhora da Conceição, iniciou a sua actividade no dia 21 de Setembro de 1933.
Foram necessários 13 anos (decorria o ano de 1946), para aprovação dos primeiros estatutos. A inscrição no Registo Nacional de Pessoas Colectivas tem lugar a 30/11/1956.
Inicialmente, o Patronato tinha como propósito a assistência em regime de internato, a crianças pobres do sexo masculino, abandonadas ou cujos pais não estivessem em condições morais para os educar, alargando pouco depois os seus serviços a ambos os sexos.Decorridos dois meses e meio após a abertura passou a receber a pedido dos pais, crianças externas quando estes se ausentavam para trabalhar por largos períodos para a “Bord’água”.
O FIM DO PATRONATO
A 22 de Fevereiro de 1967, Maria Luísa Assalino Ruas morre na casa onde nasceu, na Gesteira, aos 78 anos, deixando atrás de si uma vida de sacrifício por amor a Deus e ao próximo. Após a morte da fundadora houve um esforço em manter a obra a funcionar, mas sem a figura referência, insubstituível, da fundadora, o Patronato afunda-se.
A REABERTURA
Em 1974 é nomeado para pároco da freguesia da Gesteira, o Padre Luís Pinho que, na época, reúne um grupo de pessoas e começa a delinear a hipótese de reabrir o, então encerrado, Patronato, aproveitando encontrarem-se numa situação privilegiada por não necessitarem instituir o que já existia juridicamente. Dão a conhecer à família Ruas, herdeira do património do Patronato, a sua intenção, a qual não coloca objecções ao plano. Percorrem o local de porta em porta para recolher um abaixo-assinado junto da população justificando a necessidade de reabertura, e que entregam na Segurança Social de Coimbra.
Em Abril de 1977 o Patronato reabre as portas com 12 crianças na valência de jardim-de-infância.
Apesar dos esforços e dos melhoramentos que as infra-estruturas têm beneficiado é necessário continuar a melhorar os serviços prestados e dar resposta a novos problemas sociais.
É neste contexto que nasce em 2006 o projecto para a criação de novas instalações com o intuito de dar continuidade aos serviços que já presta, melhorando a sua qualidade, e criando um novo serviço de Lar de Idosos, com capacidade para 40 camas.
Esta Instituição é hoje uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social, a Fundação Maria Luísa Ruas. Tem, actualmente, uma estrutura com cerca de 50 colaboradores e as valências de Centro de Dia, Creche e ATL tendo perspectivado a criação de um Lar de Idosos.
A Fundação pretende enraizar nos serviços uma cultura organizacional assente numa politica de qualidade a caminho da excelência, que a distinga das demais.
Propõe-se criar ou manter serviços de Creche, Jardim-de-infância e CATL, Serviços de Apoio Domiciliário, Lar de idosos e Centro de Dia, promover a criação de iniciativas de carácter cultural e de promoção de acções na área social, numa perspectiva de integração social.
OBRIGADO PELO SEU ENORME CONTRIBUTO !!!
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on quinta-feira, 15 de maio de 2008
at 18:27
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